23 de maio de 2020

Por que usar os testes rápidos para COVID-19 com leitura IgM e IgG sem diferenciação?

Muito tem se falado na mídia e em perfis de redes sociais sobre os testes rápidos para COVID-19. Estudos científicos sérios têm demonstrado que os […]

Por que os testes rápidos para COVID-19 com leitura IgM e IgG simultânea são os mais indicados

Muito tem se falado na mídia e em perfis de redes sociais sobre os testes rápidos para COVID-19. Estudos científicos sérios têm demonstrado que os testes que detectam simultaneamente os anticorpos IgM e IgG são os mais apropriados na detecção do SARS-CoV-2.

Em imunologia, é clássico o conceito de que IgM, é um anticorpo de fase aguda, e IgG é um anticorpo de fase tardia.

  • IgM: resultado que mostra se o paciente ainda está latente ao vírus, revelando uma fase mais aguda do contágio.
  • IgG: mostra que o paciente teve contato com o patógeno e já produziu anticorpos de memória contra o vírus.

No entanto, os estudos recentes mostram que isto não é válido quando se trata do vírus SARS-CoV-2. Vários estudos têm notado que o IgG se torna positivo simultaneamente ao IgM ou até mesmo antes que o IgM. Além disso, muitos pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 nunca se tornam IgM positivo.

O que demonstram os estudos científicos sobre os testes rápidos para COVID-19

Em um estudo conduzido pelo Prof. Dr. Giuseppe Lippi (Itália) utilizando quimioluminescência, os pacientes foram analisados em 3 diferentes períodos (≤ 5 dias após o início dos sintomas, 5-10 dias, 10-21 dias). Nestes 3 períodos, o IgM foi positivo respectivamente em 3.3%, 15.4% e 60% dos pacientes, enquanto o IgG foi positivo em 10%, 53.8% e 100% dos pacientes.

Outro estudo publicado no jornal científico The Lancet também encontrou que, na maioria dos pacientes, o IgG positivou primeiro que o IgM tanto para os anticorpos anti-RBD quanto para os anticorpos anti-proteína N. Os demais estudos referenciados no início deste parágrafo tiveram achados similares.

Detecção combinada de IgM + IgG em testes rápidos para COVID-19 é mais apropriada

Assim, a diferenciação entre IgM e IgG não traz benefício clínico. Por exemplo, um paciente que é IgG positivo (e IgM negativo) para o SARS-CoV-2 pode estar na fase aguda da infecção, haja vista a baixa sensibilidade do IgM quando comparada ao IgG.

Além disso, um IgM positivo não indica que o paciente esteja na fase aguda, pois em alguns pacientes o IgM permanece positivo até mesmo 30 dias após o início dos sintomas.

Dessa forma, no que tange ao SARS-CoV-2, a detecção combinada de IgM + IgG é mais apropriada do que a detecção separada destas duas imunoglobulinas, pois a detecção combinada de IgM + IgG aumenta a sensibilidade global sem prejudicar a interpretação clínica.

Então, pode-se afirmar que essa combinação possibilita um perfil completo, que revela múltiplas possibilidades de resultados, como:

  • Se o paciente já teve contato, não está mais com a doença, mas produziu anticorpos;
  • Se o paciente já teve contato, ainda está com a doença, mas o corpo já produziu anticorpos;
  • Se o paciente teve contato, está com a doença, e ainda não possui anticorpos;
  • Se ele nunca teve contato e, por isso, não possui anticorpos.
  • Confiabilidade confirmada

 

evolução de IgM

O gráfico da famosa revista Nature mostra a evolução isolada de IgM e de IgG, e IgM+IgG combinados. Em 262 pacientes com COVID-19, de acordo com os dias após o início dos sintomas. Note que o IgG positiva simultaneamente ou até mesmo antes do IgM. Note que o IgM nem sempre positiva, ou seja, o IgG é mais sensível que o IgM até mesmo para a fase aguda. Note que o IgM não é um marcador confiável de fase aguda para SARS-CoV-2, pois pode permanecer positivo por inúmeros dias após o início dos sintomas. Dessa forma, a detecção combinada de IgM e IgG aumenta a sensibilidade global sem prejudicar a interpretação clínica.
Referência: Long Q,Liu B, Deng H, et al. Antibody responses to SARS-CoV-2 in patients with COVID-19. Nature Medicine. 2020.

 

 O gráfico acima mostra a evolução de IgM , IgG e PCR em pacientes com COVID-19, de acordo com os dias após o início dos sintomas. Note que o IgG positiva simultaneamente ou até mesmo antes que o IgM. Note que o IgM nem sempre positiva, ou seja, o IgG é mais sensível que o IgM até mesmo para a fase aguda. Referência: Jin Y, Wang M, Zuo Z, et al. Diagnostic value and dynamic variance of serum antibody in coronavirus disease 2019. Int J Infect Dis. 2020.


O gráfico acima mostra a evolução de IgM , IgG e PCR em pacientes com COVID-19, de acordo com os dias após o início dos sintomas. Note que o IgG positiva simultaneamente ou até mesmo antes que o IgM. Note que o IgM nem sempre positiva, ou seja, o IgG é mais sensível que o IgM até mesmo para a fase aguda.
Referência: Jin Y, Wang M, Zuo Z, et al. Diagnostic value and dynamic variance of serum antibody in coronavirus disease 2019. Int J Infect Dis. 2020.

O gráfico mostra a evolução de IgM e IgG em 37 pacientes com PCR positivo para SARS-Cov-2. No manuscrito deste estudo, fica claro que o IgG positiva simultaneamente ou até mesmo antes que o IgM. Além disso, demonstra que o IgM nem sempre positiva, ou seja, o IgG é mais sensível até mesmo na fase aguda. Referência: Padoan A, Cosma C, Sciacovelli L, Faggian D, Plebani M. Analytical performances of a chemiluminescence immunoassay for SARS-Cov-2 IgM/IgG and antibody kinetics. Clin Chem Lab Med. 2020.

O gráfico mostra a evolução de IgM e IgG em 37 pacientes com PCR positivo para SARS-Cov-2. No manuscrito deste estudo, fica claro que o IgG positiva simultaneamente ou até mesmo antes que o IgM. Além disso, demonstra que o IgM nem sempre positiva, ou seja, o IgG é mais sensível até mesmo na fase aguda.
Referência: Padoan A, Cosma C, Sciacovelli L, Faggian D, Plebani M. Analytical performances of a chemiluminescence immunoassay for SARS-Cov-2 IgM/IgG and antibody kinetics. Clin Chem Lab Med. 2020.

O One Step COVID-2019 Test  da Celer está entre os 8 primeiros testes de diagnóstico da COVID-19 aprovados pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária para serem comercializados no Brasil.

 

Confira a recomendação  do Dr. Breno Bernardes de Souza sobre o One Step COVID-2019 Test, médico pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e fundador e atual Presidente da Rede EAT-Brazil.

Veja parte do estudo:

“De acordo com 596 amostras analisadas pelo fabricante, o teste One Step COVID-2019 possui uma sensibilidade de 86,43% e uma especificidade de 99,57%. Estes dados do fabricante foram confirmados por 3 estudos independentes:

  1. O primeiro estudo encontrou resultado positivo para todas as 18 amostras verdadeiramente positivas (sensibilidade de 100%) e apenas 1 resultado positivo para 77 amostras verdadeiramente negativas (especificidade de 98,7%).
  2. Em um segundo estudo do INCQS-Fiocruz, 19 resultados positivos foram encontrados para 20 amostras verdadeiramente positivas (sensibilidade de 95,2%) e apenas 1 resultado positivo para 75 amostras verdadeiramente negativas (especificidade de 98,6%).
  3. E no terceiro estudo, conduzido por pesquisadores americanos de Harvard e da Universidade da Califórnia UCSF, o teste Celer One Step COVID-2019 esteve entre os dois únicos testes rápidos com especificidade maior que 99%: 99,1% para o teste Celer.  Entre os dias 1-5 após o início dos sintomas, o estudo Harvard-UCSF mostrou que o teste Celer possui uma das mais altas sensibilidades: 40,0%. Entre os dias 16-20 após o início dos sintomas, o teste Celer também obteve a maior sensibilidade (81%) entre os vários testes avaliados pelos pesquisadores.”

Ainda tem dúvidas sobre a eficácia do One Step COVID-2019 Test? Envie um e-mail para a equipe técnica da Celer Biotecnologia assessoriacientifica@127.0.0.1.

 

Referências bibliográficas científicas:
    1. Zhang W, Du RH, Li B, et al. Molecular and serological investigation of 2019-nCoV infected patients: implication of multiple shedding routes. Emerg Microbes Infect. 2020;9(1):386-389.
    2. Lippi G, Salvagno GL, Pegoraro M, et al. Assessment of immune response to SARS-CoV-2 with fully automated MAGLUMI 2019-nCoV IgG and IgM chemiluminescence immunoassays. Clin Chem Lab Med. 2020.
    3. Padoan A, Cosma C, Sciacovelli L, Faggian D, Plebani M. Analytical performances of a chemiluminescence immunoassay for SARS-CoV-2 IgM/IgG and antibody kinetics. Clin Chem Lab Med. 2020.
    4. Padoan A, Sciacovelli L, Basso D, et al. IgA-Ab response to spike glycoprotein of SARS-CoV-2 in patients with COVID-19: A longitudinal study. Clin Chim Acta. 2020;507:164-166.
    5. To KK, Tsang OT, Leung WS, et al. Temporal profiles of viral load in posterior oropharyngeal saliva samples and serum antibody responses during infection by SARS-CoV-2: an observational cohort study. Lancet Infect Dis. 2020.
    6. Jin Y, Wang M, Zuo Z, et al. Diagnostic value and dynamic variance of serum antibody in coronavirus disease 2019. Int J Infect Dis. 2020.
    7. Harvard, UCSF. COVID-19 Testing Project. Chan Zuckerberg Biohub. https://covidtestingproject.org/. Published 2020. Accessed 18 May, 2020.
    8. Liu W, Liu L, Kou G, et al. Evaluation of Nucleocapsid and Spike Protein-based ELISAs for detecting antibodies against SARS-CoV-2. J Clin Microbiol. 2020.
    9. Sethuraman N, Jeremiah SS, Ryo A. Interpreting Diagnostic Tests for SARS-CoV-2. JAMA. 2020.
    10. Long Q, Liu B, Deng H, et al. Antibody responses to SARSCoV-2 in patients with COVID-19. Nature Medicine. 2020.

 

 

 

 

 

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