Quando se trata de procedimentos cirúrgicos, é essencial avaliar os riscos envolvidos a fim de antever possíveis intercorrências. Para isso, os testes de Tempo de Protrombina (TP) e Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (TTPA) são ferramentas importantes que fornecem informações valiosas sobre os fatores de coagulação do paciente.

Segundo estudos do Departamento de Clínica de Pequenos Animais (DCPA), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o teste de TP avalia a via extrínseca da coagulação. Ele mede o tempo necessário para a formação de um coágulo após a adição de substâncias que iniciam a cascata de coagulação. Esse teste é especialmente útil para identificar distúrbios relacionados à deficiência de fatores de coagulação dependentes da vitamina K. Como exemplo, temos os casos de intoxicação por rodenticidas, que inibem a vitamina K e podem afetar a coagulação, aumentando o risco de sangramento durante os procedimentos cirúrgicos.

Ainda de acordo com a pesquisa citada, o teste de TTPA avalia a via intrínseca da coagulação sanguínea. Ele mede o tempo necessário para a formação de um coágulo após a adição de reagentes que ativam essa via. Nesse sentido, o TTPA é útil para identificar distúrbios de coagulação hereditários ou adquiridos, como a deficiência de fatores de coagulação ou a presença de inibidores de coagulação. Condições como a hemofilia, que afetam a coagulação do sangue, podem ser detectadas por meio deste teste.

Quando se trata de planejar uma cirurgia em animais, os resultados dos testes de TP e TTPA são valiosos. Estes indicadores auxiliam na detecção de pacientes com distúrbios de coagulação pré-existentes ou que possuem maior risco de sangramento. Com base nesses resultados, a equipe veterinária pode intervir e alterar a conduta terapêutica, selecionando medicamentos anticoagulantes apropriados e se preparando para possíveis complicações hemorrágicas.

É fundamental compreender que a interpretação dos testes TP e TTPA deve ser feita em conjunto com o histórico e o exame clínico completo do paciente. Outros fatores, como a presença de doenças subjacentes ou uso de medicamentos também podem influenciar nos resultados. Portanto, é essencial consultar um médico veterinário para a correta interpretação e determinação do risco cirúrgico específico de cada animal.

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Referência: 

Médico Veterinário, do Departamento de Clínica de Pequenos Animais (DCPA), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) 

Sonia Terezinha dos Anjos Lopes, Mauren Picada Emanuelli, Claudete Schmidt, Alceu Gaspar Raiser, Alexandre Mazzanti, Aline Souza Alves; Valores de referência do tempo de protrombina (TP) e tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) em cães. Ciência Rural, Santa Maria, 2005