A criptococose é uma micose sistêmica que afeta, num primeiro momento, os pulmões e, posteriormente, o sistema nervoso central (SNC), provocando meningite fúngica ou meningoencefalite, como também é conhecida. Como destacam as Diretrizes Clínicas da Fhemig¹, o Brasil é responsável pelo maior número de casos de meningite fúngica na América Latina. Os continentes africano e asiático também concentram altos índices de pacientes infectados.
Há diversos exames² para se diagnosticar a doença, como hemocultura para fungos, análise macro ou microscópica de secreções corporais e de líquor (ou líquido cefalorraqueano – LCR). Um dos métodos de diagnóstico mais rápidos e sensíveis é a detecção do antígeno capsular em fluídos corporais. Este exame pode ser realizado por meio da imunocromatografia, os testes rápidos, que facilitam o diagnóstico precoce e preciso de uma doença cujos principais sintomas – dores na cabeça e no tórax, facilmente confundidos com outras patologias, retardam o tratamento correto e adequado.
Meningite fúngica: uma preocupação recente
A infecção criptocócica não era comum até os anos de 1980¹ e acometia basicamente pacientes que usavam corticoides ou que tinham diabetes, Doença de Hodgkin, lúpus eritematoso sistêmico, entre outras doenças. Com a epidemia de infecções pelo HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) ao redor do mundo, houve um aumento significativo do aumento de casos de meningite fúngica. De acordo com o levantamento da Fhemig¹, pacientes infectados pelo HIV chegaram a estar associados a mais de 80% dos casos de meningite fúngica em todo o mundo.
Teste rápido como ferramenta de triagem
A meningite fúngica é uma doença grave e que necessita de um diagnóstico precoce. Os testes rápidos (Point of Care) cumprem um papel fundamental para agilizar a identificação da doença e, consequentemente, o início de tratamento terapêutico assertivo. Além disso, este tipo de infecção é bastante oportunista e acomete com muita facilidade pessoas imunodeprimidas, em especial, pacientes com HIV positivo e recém-transplantados.
A realização de testes rápidos fora do ambiente hospitalar ou laboratorial é outro benefício para este perfil de paciente, que pode evitar exposições desnecessárias a esses locais. As testagens rápidas se mostraram importantes aliadas na triagem de pacientes com HIV, como mostra o estudo realizado pelo Centro Nacional de Pesquisa de Micoses e Antifúngicos Invasivos do Instituto Pasteur, na França³. Este estudo francês destaca que a infecção criptocócica é a principal causa de meningite associada ao HIV em os adultos na África. A doença é responsável por cerca de 20% da mortalidade relacionada ao HIV no continente – o diagnóstico tardio e o título elevado de antígenos capsulares (CrAg) são as principais causas desta alta taxa.
Ao longo de dois anos, os pesquisadores observaram a triagem de 181 pacientes em um hospital do Camarões, na África. Por meio dos testes rápidos, foi possível identificar pacientes com títulos elevados de CrAg e, a partir das análises das testagens, determinar os que seriam submetidos a uma punção lombar e aqueles que deveriam ser encaminhados para uma terapia antifúngica mais agressiva.
Um dos testes utilizados pela pesquisa foi o francês BIOSYNEX CryptoPS, recém-chegado ao portfólio da Celer. O estudo conclui que o teste analisado é uma excelente alternativa para a triagem de CrAg de rotina, sobretudo em pacientes com HIV que ainda não iniciaram a terapia antirretroviral.
Celer incrementa portfólio com teste BIOSYNEX Crypto PS
A Celer Biotecnologia, referência em soluções de diagnóstico clínico, incluiu em seu portfólio de produtos CryptoPS, um teste rápido imunocromatográfico e de origem francesa que detecta a presença de antígenos de Cryptococcus sp. Este teste atua no diagnóstico de infecções criptocócicas, especialmente, em casos de meningite. Ele é realizado a partir de amostras de soro, plasma, sangue total e LCR e seu resultado é obtido cerca de dez minutos após a coleta.
O teste CryptoPS é registrado pela Agência Nacional de Saúde (Anvisa) e foi avaliado pelo Centro Nacional de Pesquisa de Micoses e Antifúngicos Invasivos do Instituto Pasteur, da França, e pelo Departamento Clínico de Doenças Infecciosas e Microbiologia da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul. Acesse o site da Celer ou entre em contato com a nossa equipe para saber mais sobre o teste CryptoPS e outros produtos de diagnóstico clínico humano e veterinário que compõem o portfólio da empresa.
Referências
¹ FUNDAÇÃO HOSPITALAR DO ESTADO DE MINAS GERAIS (FHEMIG). Diretrizes Clínicas – Protocolos Clínicos. Meningite Criptocócica. Disponível em: < http://www.fhemig.mg.gov.br/index.php?preview=1&option=com_dropfiles&format=&task=frontfile.download&catid=1394&id=14441&Itemid=1000000000000>. Acesso em: 20 mai. 2021.
² MORAES, M. F.; VITAL., L. P. Meningite por cryptococcus neoformans: diagnóstico e tratamento. Disponível em: <https://revistaseletronicas.fmu.br/index.php/ACIS/article/download/566/688#:~:text=Conclui%2Dse%20ent%C3%A3o%20que%20a,neoformans%3B%20meningite%20criptoc%C3%B3cica%3B%20l%C3%ADquor>. Acesso em: 21 mai. 2021.
³. TEMFACK, E.; et al. Cryptococcal Antigen Screening in Asymptomatic HIV-Infected Antiretroviral Naïve Patients in Cameroon and Evaluation of the New Semi-Quantitative Biosynex CryptoPS Test. Disponível em: < https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fmicb.2018.00409/full/>. Acesso em: 21 mai. 2021.