Como e quando fazer os testes para COVID-19? Esse foi o tema do webinar promovido pela Celer no dia 2 de julho, com a participação da médica patologista clínica, Paula Távora, que também é professora da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG). No evento online, compartilhou com os participantes sua experiência adquirida prestando suporte a uma grande rede de drogarias que já há muitos anos vem oferecendo testes rápidos para diversas doenças.
“Não estou em minha primeira epidemia. Pela minha experiência, já constatei como os testes rápidos (POCT) são fundamentais. E acredito sim que drogarias são espaços apropriados para sua aplicação, pois há muito profissionais qualificados nesses estabelecimentos. Durante os surtos de dengue que já tivemos em Belo Horizonte, muitas vezes os médicos da rede de saúde ficavam sem saber como fazer para testar as pessoas, já que a infraestrutura pública de laboratórios é insuficiente, e indicavam para os pacientes que eles se testassem numa drogaria e, caso positivo, voltassem para se consultar”, afirmou.
Mas afinal, como e quando fazer os testes para COVID-19?
Para ela, tanto os testes rápidos, que identificam a presença de anticorpos relacionados ao Sars-CoV-2, quanto o RT-PCR, que detecta o material genético do vírus, são fundamentais para o enfrentamento da COVID-19. No entanto, é preciso saber como e quando aplicar cada um deles.
“O RT-PCR é o exame padrão ouro para COVID-19 e deve ser realizado em até 10 dias desde o início dos sintomas. Já o teste rápido deve ser utilizado a partir do oitavo dia de sintomas”, explicou. Evidências cientificas mostram que os testes rápidos que mensuram os níveis de anticorpos IgM e IgG simultaneamente possuem resultados confiáveis.
Desde o ano de 2002, a médica estuda e defende maior utilização das tecnologias Point of Care nos serviços de saúde brasileiros. Ela relata que ao longo desse período pôde observar grande resistência por partes dos profissionais de saúde em relação a esses recursos de diagnóstico rápido.
“No entanto, a pandemia de COVID-19 está demonstrando de forma muito clara a importância dos testes rápidos (POCT). Sabemos que essas tecnologias são fundamentais para uma testagem em massa e descentralizada das populações”, comentou.
O Brasil ainda vai crescer muito na área de POCT
De acordo com ela, o POCT já está absolutamente consolidado em todo o mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, já responde por cerca de 25% do total de diagnósticos. Na Austrália, país com imensas áreas despovoadas, o POCT é uma estratégia importante de saúde pública.
A aplicação de POCT no campo da medicina ocupacional também tem um amplo espaço para crescimento no Brasil, dando aos dirigentes de empresas embasamento para tomar decisões em relação a suas equipes. “Nesse campo, vejo que os laboratórios podem oferecer para empresas um planejamento de testagem com um embasamento cientifico sólido”, afirma.
O webinar foi mediado pela responsável técnica da Celer, Mariana dos Santos Romualdo, que é biomédica e especialista em análises clínicas.
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