13 de abril de 2022

Prevenção da Prematuridade

A prematuridade é um problema de saúde pública imenso com repercussões a curto, médio e longo prazos, representando impacto negativo para as famílias envolvidas e […]

A prematuridade é um problema de saúde pública imenso com repercussões a curto, médio e longo prazos, representando impacto negativo para as famílias envolvidas e para o sistema de saúde, seja ele público ou privado. Diante do cenário devastador que envolve a prematuridade em ampla perspectiva, a sua prevenção se torna o objetivo principal a ser conquistado.

Por possuir etiologia multifatorial 1 (figura 1), nem sempre os métodos preventivos conseguem ser totalmente eficazes. Entre estes, destacam-se a progesterona micronizada, o pessário cervical, a cerclagem uterina, o cuidado com a saúde vaginal, alimentação rica em ômega 3, entre outros.

Dentre os fatores de risco mais conhecidos (Figura 2), destacamos alguns com maior importância clínica atualmente, como a prematuridade anterior, a hiperdistensão uterina e as modificações do colo 2. Hoje, abordaremos a prevenção baseada na avaliação do colo uterino curto.

Figura 1: Causas da prematuridade 1. Extraído de: Romero R, Dey SK, Fisher SJ. Preterm labor: one syndrome, many causes. Science. 2014 Aug 15;345(6198):760-5. doi: 10.1126/science.1251816. Epub 2014 Aug 14. PMID: 25124429; PMCID: PMC4191866.

 

 

Figura 2: Fatores de risco conhecidos para parto prematuro 2. Extraído de: De Souza E, Fava JL. A Síndrome da Prematuridade. In:  Francisco RPV, Mattar R, Quintana SM. Manual de Obstetrícia da Sogesp. São Paulo 2020.

 

Entende-se por colo curto, aquele que se encontra abaixo de 25mm. Esta é uma medida realizada por ultrassonografia transvaginal, com profissional médico experiente, de preferência entre as 18 a 24 semanas de gestação. Embora o conhecimento desta metodologia seja antiga 3, e com vasta literatura mostrando seus benefícios 4, devido aos custos do procedimento, infelizmente ainda não é uma realidade para todas as pacientes em nosso país. Em seu manual mais recente de 2022, o Ministério da Saúde do Brasil, reconheceu a importância deste exame e principalmente da prevenção que pode ser realizada após o diagnóstico do colo curto 5.

Após realizada a ultrassonografia do colo no período habitual, e frente a uma medida abaixo de 25mm, o obstetra assistente deverá instituir a profilaxia para a prematuridade com progesterona natural micronizada por via vaginal, na dose de 200mg a noite, até 37 semanas. Esta é uma conduta recomendada pela literatura atual e auxilia na redução de parto prematuro 6. Medidas cervicais muito reduzidas, abaixo de 10mm, devem receber atenção especial e eventualmente indicam a utilização concomitante de outros métodos, como a cerclagem uterina e o pessário cervical 7.

Sempre que estamos diante de uma paciente com alto risco para prematuridade devido ao colo curto, um seguimento de pré-natal mais atento, com consultas mais frequentes é uma medida importante e auxilia na detecção precoce de quadros iniciais de dilatação cervical, permitindo ao pré-natalista e sua equipe, se anteciparem com métodos diagnósticos e preditivos, bem como decidir pelo melhor momento para uma eventual modificação na estratégia terapêutica, por exemplo internando a paciente, em algumas situações, inibindo o trabalho de parto para realização da corticoterapia antenatal, além de outras medidas de suporte ao parto prematuro.

Soluções em Diagnóstico

A linha Saúde Feminina da Celer tem dois exames que detectam com precisão fatores de risco para o parto prematuro. O primeiro deles é o Amnioquick, que mede os níveis de IGFBP-1 (fluido amniótico) na amostragem vaginal, algo nem sempre perceptível durante o exame físico da gestante. Esse biomarcador sinaliza para a ruptura das membranas fetais e deve ser usado a partir do final do primeiro trimestre de gravidez.

Outro produto da mesma linha é o Premaquick, teste rápido preditivo de parto prematuro que combina os biomarcadores IGFBP-1 Natural, que mostra a ativação do miométrio; IGFBP-1 Total, que demonstra o estado de maturidade do colo do útero; e Interleucina 6, que detecta a presença de inflamação, para um diagnóstico do parto prematuro.

Referências Utilizadas

  1. Romero R, Dey SK, Fisher SJ. Preterm labor: one syndrome, many causes. Science. 2014 Aug 15;345(6198):760-5. doi: 10.1126/science.1251816. Epub 2014 Aug 14. PMID: 25124429; PMCID: PMC4191866.
  2. De Souza E, Fava JL. A Síndrome da Prematuridade. In: Francisco RPV, Mattar R, Quintana SM. Manual de Obstetrícia da Sogesp. São Paulo 2020.
  3. Gomez R, Galasso M, Romero R, Mazor M, Sorokin Y, Gonçalves L, Treadwell M. Ultrasonographic examination of the uterine cervix is better than cervical digital examination as a predictor of the likelihood of premature delivery in patients with preterm labor and intact membranes. Am J Obstet Gynecol. 1994 Oct;171(4):956-64. doi: 10.1016/0002-9378(94)90014-0. PMID: 7943109.
  4. Dodd JM, Jones L, Flenady V, Cincotta R, Crowther CA. Prenatal administration of progesterone for preventing preterm birth in women considered to be at risk of preterm birth. Cochrane Database of Systematic Reviews 2013, Issue 7. Art. No.: CD004947. DOI: 10.1002/14651858.CD004947.pub3
  5. Manual de gestação de alto risco [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2022.
  6. Pacagnella RC, et al. Análise das atuais evidências na prevenção da prematuridade: Progesterona e Omega 3 durante a gestação. In: Francisco RPV, Mattar R, Quintana SM. Manual de Obstetrícia da Sogesp. São Paulo 2020.

 

 

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