Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de intestino inclui os tumores cuja origem se dá no intestino grosso, nas regiões do cólon e no reto. Por isso, esse tipo de câncer também é conhecido como câncer colorretal¹.
Ainda segundo o INCA, as estimativas para 2022 foram de 45.630 novos casos de câncer colorretal, entre eles 21.970 casos em homens e 23.660 mulheres. Estimou-se ainda 20.245 óbitos pela doença também em 2022¹. Estes dados evidenciam o acometimento de número significativo de pessoas por essa desordem, e demonstram a necessidade de esforços na prevenção do câncer.
Nesse contexto, listamos a seguir 5 mitos e verdades a respeito do câncer colorretal, baseados nas informações divulgadas pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncótica² e pelo INCA, com o intuito de contribuir com a informação para a busca por medidas e hábitos preventivos.
1) O câncer colorretal geralmente não apresenta sintomas em sua fase inicial.
Verdade. Assim como outros tipos de câncer, as fases iniciais do câncer colorretal é silenciosa, ou seja, não apresenta sintomas ou pode ainda apresentar sintomas inespecíficos, como sangue nas fezes e anemia.
2) A colonoscopia é o exame indicado para diagnosticar o câncer colorretal.
Verdade. A colonoscopia é o exame padrão ouro para o rastreamento do câncer colorretal. Este é um tipo de exame de imagem que permite examinar o intestino grosso em detalhes e colher material para biópsia. Entretanto, por ser um exame invasivo, exames auxiliares e complementares são úteis para a triagem do câncer colorretal, como o exame de sangue oculto nas fezes, colonoscopia virtual e sigmoidoscopia flexível.
3) Exames preventivos não são necessários na ausência de sintomas.
Mito. Já sabemos que a doença pode ser silenciosa, por isso, os exames preventivos devem ser feitos mesmo quando não há sintomas aparentes. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é recomendado que o rastreamento do câncer colorretal seja realizado em em pessoas assintomáticas acima de 50 anos, por meio do exame de sangue oculto de fezes. Em caso de resultado positivo, o paciente deverá fazer um exame endoscópico (colonoscopia ou retossigmoidoscopia) para permitir ao médico visualizar a parte interna do intestino para ver se há câncer ou pólipos que possam vir a se transformar em câncer. Ao se retirar os pólipos, evita-se a própria ocorrência do câncer. Portanto, a prevenção aumenta a chance de detecção precoce do câncer, aumentando também as chances de cura.³
4) A alimentação pode ser um fator de risco para o desenvolvimento do câncer colorretal.
Verdade. Segundo o INCA, a ingestão de carnes vermelhas (carne de vaca, porco, ovelha e carneiro) e carnes processadas e ultra processadas (salames, linguiças, salsichas, presuntos, mortadela, bacon, entre outros) é considerada fator de risco. Além disso, baixas ingestões de frutas, legumes e verduras também podem ser fatores de risco. Por isso, como prevenção do câncer de colorretal, além do aumento da ingestão de vegetais, recomenda-se limitar o consumo de carne vermelha a até 500 gramas de carne cozida (equivalente a 750 gramas de carne crua) por semana e evitar o consumo de carnes processadas³.
5) O sedentarismo, a obesidade e o consumo de álcool aumentam o risco de desenvolver câncer colorretal.
Verdade. O excesso de gordura corporal e a ausência de atividades físicas promovem um estado de inflamação no organismo, e favorecem o período de contato das substâncias que favorecem a carcinogênese com a mucosa do intestino. Já em relação ao consumo de álcool, há um aumento do risco quando a quantidade diária ingerida maior que 30 gramas de etanol (aproximadamente 2 doses de bebida alcoólica). O etanol é convertido em acetaldeíno no organismo, que é um agente carcinógeno e, portanto, oferece riscos a saúde.²
Em resumo, a busca por hábitos de vida mais saudáveis somado ao rastreamento com o teste de sangue oculto nas fezes podem contribuir para a diminuição da incidência do câncer colorretal, uma vez que tais medidas visam a prevenção e a detecção precoce do câncer, que torna possível a cura de forma menos invasiva.
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