11 de novembro de 2021

Infecções sexualmente transmissíveis são problemas de saúde pública no mundo

Depois do surto de peste bubônica, episódio conhecido como Peste Negra, que matou um a cada três habitantes do continente europeu entre os anos de […]

Depois do surto de peste bubônica, episódio conhecido como Peste Negra, que matou um a cada três habitantes do continente europeu entre os anos de 1347 e 1351, o aparecimento de casos de uma nova e misteriosa doença, em 1495, durante a invasão de Nápoles pelas tropas do rei francês Carlos VIII, gerou um nível de preocupação e medo similar ao experimentado no século XX, quando foi descoberto o HIV. 

A Europa estava em franco processo de desenvolvimento e a mudança de hábitos – inclusive sexuais – gerou consequências, já que a transmissão era por meio do ato sexual e velocidade de contaminação espantosa. Em pouco tempo, o “mal”, que recebeu o nome de sífilis, espalhou-se pelos países e passou a “habitar” bordéis, castelos e até monastérios. 

Nesse contexto, a bactéria causadora – Treponema pallidum – só foi identificada em 1905 e o primeiro tratamento efetivo foi descoberto em 1910. A cura, por sua vez, só veio em 1945 com a penicilina.

IST

No aparecimento da sífilis, a doença foi chamada de venérea pela forma de contato. O nome dado por um médico francês é uma referência à deusa romana do amor Vênus. No século XX, esse conjunto de problemas de saúde foi chamado de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e, no Brasil, atualmente, são as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Independentemente do nome, até hoje, elas são um problema de saúde pública de âmbito mundial e também no Brasil, onde o comportamento de risco aumentou o número pessoas infectadas em 2018.

Sabe-se que, além de bactérias, esses males também são causados por vírus e outros microrganismos e que, da sífilis, a lista de tipos aumentou consideravelmente desde a primeira referência, no século XV, e nos dias de hoje inclui herpes genital, gonorreia, tricomoníase, infecção pelo HIV, infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), hepatites virais B e C, infecção pelo vírus linfotrópico de células T humanas (HTLV).

O que não mudou nessa história toda foi a forma de contágio: pelo contato sexual (oral, vaginal e anal) sem uso de camisinha masculina ou feminina, por meio de uma pessoa infectada. A transmissão também pode ocorrer de forma vertical para a criança durante a gestação, no parto ou durante o período de amamentação quando medidas de prevenção previstas não são realizadas.

Além da prevenção, o que pressupõe a mudança de conduta sexual no que se refere ao uso de preservativos e a uma maior atenção a procedimentos como o exame do pré-natal, apenas o diagnóstico e o tratamento efetivo podem melhorar a qualidade de vida do paciente, interromper a cadeia de transmissão e evitar problemas de impacto coletivo, como aumento dos índices de infertilidade, complicações durante a gravidez e o parto e a contaminação congênita de mãe/pai para filho.

No Brasil, as bases para prevenção, diagnóstico e tratamento das IST`s estão bem estabelecidas. O modelo de vigilância epidemiológica é composto por notificação compulsória, serviços sentinela e estudos transversais em determinados grupos populacionais. Além da AIDS, provocada pelo vírus HIV, também são acompanhados os casos de HIV em gestantes, hepatites virais, sífilis em gestantes e adquirida e, ainda, síndrome do corrimento uretral masculino. Em todo território nacional, a notificação compulsória da sífilis congênita, da sífilis em gestantes e da sífilis adquirida teve início em 1986, 2005 e 2010, respectivamente.

Diagnóstico de IST

Cada IST tem o seu sintoma específico. De forma geral, essas infecções se manifestam por meio de feridas, corrimentos e verrugas anogenitais que podem ser acompanhadas por dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele e aparecimento ou aumento de ínguas. Predominantemente, os sinais característicos aparecem no órgão sexual (masculino ou feminino), mas podem se manifestar em outras partes do corpo também, como palma das mãos, olhos e língua. 

Para identificar uma IST no estágio inicial é preciso que o indivíduo observe o próprio corpo durante a higiene pessoal. Quando houver alterações, é recomendado procurar o serviço de saúde, independentemente de quanto tenha ocorrido a última relação sexual e, quando indicado, avisar a parceria para que também procure atendimento médico.

Solução de Diagnóstico

O Celer Sansure Kit de Detecção por PCR em Tempo Real para Clamídia, Gonorreia e Ureaplasma possibilita o diagnóstico preciso de Clamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoaea, Ureaplasma urealycum e os casos isolados Clamydia trachomatis, o que repercute no início do tratamento. Seu uso é indicado em ambientes com recursos limitados e o fluxo de trabalho é bastante simples, visto que é baseado na coleta de material vaginal ou uretral. 

O exame também pode ser usado para o acompanhamento do paciente, ao final do tratamento ou para investigação epidemiológica de casos das três doenças, uma das medidas que auxiliam o combate da IST.

Referência Bibliográfica

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MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sintomas da ISTs. 2020. Disponível em: < www.aids.gov.br/pt-br/sintomas-das-ist > Acesso em: 04 nov 2021 às 09h40

CIRIACO, Natália Lopes Chaves; PEREIRA, Luiza Aparecida Ansaloni Chagas; CAMPOS-JÚNIOR, Paulo Henrique Almeida; COSTA, Raquel Alves.  A importância do conhecimento sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) pelos adolescentes e a necessidade de uma abordagem que vá além das concepções biológicas. Revista Em Extensão, v. 18, n. 1, p. 63-80, 18 set. 2019. Disponível em: < https://doi.org/10.14393/REE-v18n12019-43346 >Acesso em: 03 nov 2021 às 20h30

 

DOMINGUES, Carmen Silvia Brunieira; LANNOY, Leonor Henriette de; CUNHA, Alexsandro Ricardo Caruso da. PEREIRA; Gerson Fernando Mendes. Protocolo Brasileiro para Infecções Sexualmente Transmissíveis 2020: vigilância epidemiológica. Revista Epidemiologia Serviços de Saúde. Vol.30. Março de 2021. Brasil. Disponível em:  < https://doi.org/10.1590/S1679-4974202100002.esp1 > Acesso em 04 nov 2021 às 08h30

 

PINTO, Valdir Monteiro; BASSO, Caritas Relva;  BARROS, Claudia Renata dos Santos; GUTIERREZ, Eliana Batraggia. Fatores associados às infecções sexualmente transmissíveis: inquérito populacional no município de São Paulo, Brasil. Temas Lives. Revista Ciência &Saúde Coletiva. Vol. 23 (7). Jul 2018. Brasil. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-81232018237.20602016 > Acesso em 04 nov 2021 às 9h05.

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NITAHARA, Akemi. Comportamento de risco aumentou infecções sexualmente transmissíveis. Agência Brasil. 08 fev. 2020. Brasil. Disponível em: < https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-02/comportamento-de-risco-aumentou-infeccoes-sexualmente-transmissiveis > Acesso em: 03 nov. 2021 às 20h50

 

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