16 de abril de 2020

Estudos científicos sobre o tratamento da COVID-19 com hidroxicloroquina

Em todo o mundo, cientistas estão testando se os medicamentos utilizados para tratar outras doenças também podem ser eficazes contra o novo coronavírus. Isso porque […]

Estudos científicos sobre o tratamento da COVID-19 com hidroxicloroquina

Em todo o mundo, cientistas estão testando se os medicamentos utilizados para tratar outras doenças também podem ser eficazes contra o novo coronavírus. Isso porque o reaproveitamento de medicamentos já estabelecidos é uma estratégia capaz ampliar o recurso terapêutico da COVID-19. Nesse contexto, diversos estudos conduzidos por órgãos governamentais e instituições acadêmicas têm se direcionado ao uso de hidroxicloroquina no tratamento da COVID-19, droga comumente usada no tratamento de doenças como a malária, lúpus e artrite.

De início é importante ressaltar que ainda não há recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para a prescrição do medicamento aos pacientes infectados ou como forma de prevenção à contaminação pelo vírus. Confira as principais perguntas e respostas sobre a hidroxicloroquina.

Por isso, a fim de promover a compreensão sobre seus efeitos, a Organização Pan Americana da Saúde (OPAS) produziu um documento com a revisão de literatura e as últimas pesquisas acerca do tratamento da COVID-19 com hidroxicloroquina. A publicação fornece a atualização rápida do estado atual das pesquisas em andamento, considerando estudos in vitro ou in vivo. Além disso, a instituição alerta que, fora das diretrizes e recomendações estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a hidroxicloroquina pode provocar efeitos adversos como doenças graves e morte.

Estudos em andamento

Uma vez que é um antimalárico de custo acessível com perfil de segurança estabelecido, a hidroxicloroquina é pauta de inúmeros estudos em andamento na China. Nesse sentido, o estudo coordenado por Zhan Zhang, médico e pesquisador do Hospital Renmin da Universidade de Wuhan, relatou os resultados da droga em 62 pacientes, divididos em dois grupos. O primeiro grupo recebeu, durante cinco dias, 200mg de hidroxicloroquina, duas vezes ao dia, além do tratamento padrão que consiste em oxigenoterapia, uso de antivirais, antibacterianos e imunoglobulina com ou sem corticosteróides. Os demais monitorados tiveram acesso apenas ao tratamento padrão.

Os dados obtidos revelaram que, após 5 dias de tratamento com hidroxicloroquina, os sintomas dos pacientes com COVID-19 foram significativamente aliviados, manifestando uma redução no tempo de recuperação de tosse e febre. Os pesquisadores também indicaram que uma proporção maior de pacientes com inflamação pulmonar foi parcialmente absorvida no grupo de tratamento com hidroxicloroquina, indicando a modulação imune e propriedades anti-inflamatórias do medicamento.

Também em Wuhan, o epicentro da pandemia na China, outros pesquisadores realizaram uma pesquisa que considerou o tratamento de 199 indivíduos com COVID-19 em estado grave. Do mesmo modo, a pesquisa concluiu que não houve diferença perceptível entre o grupo que tomou o remédio e o que recebeu o tratamento padrão.

Sem respostas conclusivas

Na França um estudo não randomizado, publicado na Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA, testou o uso de hidroxicloroquina, isolado ou combinado com azitromicina, em 36 pacientes com COVID-19. Os testes incluíam a ingestão diária de 600 mg de hidroxicloroquina. Apesar do pequeno grupo amostral, foram demonstrados benefícios do medicamento na eliminação do vírus, especialmente quando associado com a azitromicina.

Outro estudo de uma abordagem relacionada, denominada profilaxia pós-exposição (PEP), começou em Barcelona, na ​​Espanha, no início de março. A ideia por trás desse estudo teve início antes da explosão da epidemia de COVID-19 no país, e busca diminuir seu impacto na população exposta ao vírus. A estratégia envolve o teste descentralizado de COVID-19 e o início imediato do tratamento com hidroxicloroquina em todos os infectados. Assim, os pesquisadores pretendem avaliar a eficácia da estratégia de testar e tratar os pacientes, além da profilaxia com o remédio em todos os contatos.

Estudos para tratamento da COVID-19 com hidroxicloroquinano Brasil 

De acordo com o Ministério da Saúde (MS) um grupo de pesquisa chamado Coalizão COVID-19 Brasil conduzirá as pesquisas sobre o uso de medicamentos no tratamento do coronavírus. A rede é formada por hospitais integrantes do Proadi-SUS como Albert Einstein, HCor, Sírio Libanês, Moinhos de Vento e a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), além da Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (Rede BRICNet) e da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Os testes serão realizados em cerca de mil pacientes, em todos os estágios de gravidade. Eles serão divididos em dois grupos, com 400 e 600 pacientes. No primeiro grupo serão alocados os indivíduos com sintomas graves para receberem doses puras do medicamento. Já o segundo será composto por quadros clínicos menos complexos, sendo tratado pela hidroxicloroquina combinada à azitromicina. Após isso, os dados coletados serão submetidos à avaliação da Anvisa.

Diante disso, é coerente mencionar que as medidas atuais de contenção da COVID-19 têm se voltado para o isolamento social e a aplicação dos testes de diagnóstico. Sendo assim, também cabe ressaltar que, segundo a Anvisa, não há estudos conclusivos que comprovem a eficácia desses medicamentos em relação ao novo coronavírus. Todavia, representam uma possível alternativa no tratamento da doença.

 

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