O mês do Novembro Azul, em que as atenções se voltam para a saúde masculina, nos convida a refletir sobre uma questão atual e relevante: a maior incidência nos homens de casos graves de Covid-19 em comparação com as mulheres. Para se ter uma ideia, de acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 60% de mortes relacionadas à doença na Europa foram na população masculina.
No Brasil é possível observar a mesma tendência, com uma maior concentração de Síndrome Respiratória Aguda Grave, que é uma das complicações mais severas da doença, entre os homens.
Em todo o mundo, dados científicos em torno desse tema têm se acumulado. Uma revisão de estudos veiculada na publicação especializada Frontiers in Public Health demonstra que homens e mulheres têm a mesma probabilidade de contraírem o coronavírus, porém, nos homens, o risco de morte é mais elevado.
O mesmo ocorreu durante a chamada gripe espanhola, em 1918. A epidemia que dizimou cerca de 50 milhões de pessoas em todo o planeta matou mais homens do que mulheres.
Soma de fatores contribui para casos mais graves de COVID-19 em homens
Ainda é cedo para determinar as razões pelas quais esse fenômeno ocorre. No entanto, alguns fatos relativos à população masculina nos ajudam a entender essa maior incidência de quadros graves de COVID-19 em homens.
Em primeiro lugar, é preciso levarmos em conta que o percentual de homens que vão ao médico para realizar consultas preventivas é cerca de 30% menor do que as mulheres. Os dados são do Centro de Referência da Saúde do Homem de São Paulo, que apontou também que a maioria dos homens atendidos pela instituição já chegam com doença avançada, justamente por causa da carência de uma cultura de prevenção.
A pesquisa também mapeou outros maus hábitos masculinos em relação à saúde: geralmente, eles têm mais sobrepeso, fumam mais e comem mais carnes gordurosas que as mulheres.
Na China, um estudo que contou com 1.099 pacientes com COVID-19, e que foi publicado na revista New England Journal of Medicine, revelou que 26% das pessoas que precisaram de cuidados intensivos ou vieram a óbito eram fumantes. Tudo isso acaba fragilizando essa parcela da população, fazendo com que fiquem mais susceptíveis a complicações da doença.
Além desses argumentos de ordem biológica, as ciências sociais também oferecem pistas para o entendimento. A OMS também já chamou a atenção para o problema, ao ressaltar que o tradicional descuido dos homens com sua saúde é um problema cultural em toda a região.
Outro estudo, publicado na prestigiosa revista especializada Nature, aponta que indivíduos do sexo masculino têm uma resposta imunológica mais fraca do que as mulheres em relação ao novo coronavírus. Isso leva a crer que talvez eles precisem ainda mais da vacina para se proteger, sobretudo após os 60 anos de idade.
Entrando no território da genética, pesquisa publicada na revista Human Genomics apontou que o cromossomo X tem uma grande quantidade de genes relacionados a questões de imunidade. Como as mulheres contam com dois desses – e os homens apenas um, isso adiciona mais um fator de risco para a saúde do homem.
Entenda os fatores de risco
Além do que a ciência já sabe sobre a relação entre sexo e casos graves de Covid, outros fatores também complicam a vida dos pacientes, a depender do grupo a que fazem parte.
As chances de complicações aumentam nos seguintes casos:
Faixa etária: ter mais de 80 anos aumenta em centenas de vezes as chances de óbito, em comparação com quem tem menos de 40.
Gênero: na comparação com mulheres da mesma idade, homens têm mais chances de morrer.
Histórico médico: a presença de condições como obesidade, diabetes, asma grave e problemas cardiovasculares aumentam as chances de complicações.
Etnia: ser negro, do sul da Ásia ou pertencer a minorias étnicas. Pessoas desses grupos têm probabilidade muito maior de morte, em comparação aos brancos.
Novas perspectivas de tratamento
Os estudos sobre a maior incidência de casos mais graves de Covid-19 em homens podem apontar para novos caminhos de tratamento. A utilização de um inibidor de hormônios masculinos, por exemplo, está sendo testada pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.
De acordo com informações publicadas pela revista Science 200 ex-militares estão participando de um ensaio clínico controlado em que têm seus níveis de testosterona zerados para testar a reação do organismo ao coronavírus.
Testes rápidos para a saúde do homem
Com o objetivo de oferecer insumos para que o setor da saúde enfrente os desafios da saúde masculina na contemporaneidade, a Celer tem em seu catálogo de produtos uma linha de testes rápidos que diagnosticam diversas condições que interferem na saúde do homem. Um exemplo seria o exame de PSA Total e Livre, que é fundamental para a identificação do câncer de próstata.
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